"No livro Prosa Reunida, de Adélia prado, encontrei uma frase singela
e verdadeira ao extremo.
"Meu Deus, quanto jeito que tem de ter amor".
É comovente.
Porque é algo que a gente esquece:milhões de pequenos gestos são maneira de amar.
(...)
Um telefonema pra saber da saúde, uma oferta de carona, um elogio,
um livro emprestado, uma carta respondida, repartir o que se tem,
cuidados para não magoar, dizer a verdade quando ela é salutar,
e mentir, sim, com carinho, se for para evitar feridas e dores
desnecessárias.
Quanto jeito que há de amar.
Uma foto mantida ao alcance dos olhos,uma lembrança bem guardada,
fazer o prato predileto de alguém e botar uma mesa bonita, levar
o cachorro pra passear,chamar pra ver um crepúsculo, dar banho em
quem não consegue fazê-lo sozinho, ouvir os velhos, ouvir as crianças,
ouvir os amigos, ouvir os parentes, - ouvir.
Quanto jeito que há de amar.
Rezar por alguém,vestir roupa nova pra homenagear, trocar curativos,
tirar pra dançar, não espalhar segredos, puxar o cobertor caído,
cobrir, visitar doentes, velar ..
Quanto jeito que há."
Martha Medeiros