Eu não sei porque as pessoas tem mania de querer dar nomes e classificar aquilo que elas ja têm, seria bem mais fácil ir vivendo e deixar as coisas acontecerem naturalmente, sem cobranças do tipo: você me ama, você sente isso ou aquilo, como se fossemos obrigados a retribuir um sentimento da mesma maneira e intensidade. Não sermos amados da maneira que queriamos nem sempre é sinal de ser pouco amado, pelo contrário, as vezes o outro nos ama com tudo que pode. Ninguém esta aqui neste mundo pra atender as expectativas do outro. Eu me sinto cobrada, pressionada, parece que tudo que faço sempre é pouco. Estou num momento muito meu. O que tenho pra oferecer agora é minha compania, meu carinho, meu respeito, minha admiração e minha atenção, não estou num momento de amores eternos e tals, aliás eu estou muito cética a esse respeito. Pode parecer pouco mas acreditem é o máximo que posso oferecer sem machucar ninguém e principalmente não me machucar. Muitas vezes não acreditar em mais nada é a unica forma de salvação possível. As circunstâncias me deixaram um pouco amarga, fria, ácida, meus espinhos me protegem, mas quem ousar passar por eles vai encontrar no final o pouco de doçura e ternura que ainda me restaram. Como diz Caio F.: “Tô tirando férias, dando um tempo disso… chega de amar, chega de me doar, chega de me doer.”
[Ana Martins]