"Não julgue os outros só porque os pecados deles são diferentes dos seus."

"Depois de um tempo, você ainda vai lembrar dessa ferida que rasgou fundo o teu peito. Mas vai saber também, que foi apenas uma página do capítulo passado. E que o capítulo que você está agora. Ah, esse sim é o mais interessante."



domingo, 3 de janeiro de 2016


Houve época em que acreditei que a pior característica de um ser humano fosse a covardia. Digo houve época, não porque desconsidero a covardia como uma característica deplorável, mas porque creio hoje que na verdade o pior que alguém pode ser não é apenas ser covarde, mas sim se manter confortável em sua covardia.

O pior covarde é aquele que admite e aceita sua condição. Porque o é duas vezes. Uma por simplesmente ser e outra por achar que pelo fato de estar admitindo, possui alguma licença ou desculpa para continuar sendo. Pior do que ser covarde, é ser duplamente covarde.
A covardia vai além do medo, porque até para sentir medo é preciso coragem. A covardia é a cegueira de um orgulho ignorante, é quando o ego pesa, mas a consciência não. É acima de todas as definições a pior face do egoísmo.
É difícil ter a vida invadida por um covarde, é difícil porque por mais que a sua bravura seja enorme, ela nunca será suficiente para conseguir amenizar a covardia do outro, e então o covarde fere a si mesmo, fere seus ideais e por fim fere a todos que o cercam. E não é apenas uma condição de personalidade, a covardia é uma falha no caráter. E diferente da ignorância e talvez da pobreza, dignas de pena e lamentação, por serem impostas, a covardia é uma escolha e como tal é feita sob total consciência. Um covarde tem total ciência de sua covardia.
O covarde prefere beber ácido sulfúrico no café da manha do que pedir desculpas pelos seus próprios erros. O ácido é mais fácil de digerir.



Autor desconhecido